7 Previsões para 2017

Por 1 novembro, 2016 0 Permalink

Em 2016, quem não capitulou frente a uma bela cerveja artesanal? Definitivamente não foi um bom ano para o vinho. O mercado encolheu e os preços subiram.

A alta do dólar e a crise interna foram os fatores que mais pressionaram para a redução não só do consumo, mas também do volume de importações e da capilaridade da oferta (aquela lojinha da esquina fechou).

Mas o que nos espera em 2017? Eis aí as previsões do Blog:

 

  1. O vinho nacional, principalmente espumante, é tendência.

Steven Spurrier em recente degustação de espumantes nacionais.

 

Nunca a indústria nacional alcançou tantos prêmios e reconhecimentos. Isso é fruto da profissionalização, maciços investimentos em tecnologia e melhora da qualidade produtiva.

 

Ainda é caro produzir vinho no Brasil e a competição no preço da gôndola é árdua para tintos e brancos, sobretudo contra os importados sob tarifação do Mercosul.

 

Todavia, no quesito espumante as opções brasileiras são excelentes (tenho experimentado vários na faixa entre R$50 e R$ 100 e, salvo raras exceções, todos valeram o seu preço).

 

  1. Argentina e Chile apresentarão outras faces além do Malbec-de-Mendoza e Carmenere-do-Chile.

Além do tédio de repetir sempre o mesmo tipo de vinho, o bordão foi exaurido por produtores menos preocupados com qualidade do que com vendas.

O bom é que nossos vizinhos têm ótimas opções para apresentar. A Argentina tem feito vinhos interessantes com a uva Bonarda e com a Cabernet Franc. Já o Chile deve vir forte com blends elegantes e equilibrados. Há coisas incríveis de pequenos e cuidadosos produtores.

 

  1. A procura pelo custo-benefício: Saber ler o rótulo será importante.

    Análise das informações disponíveis é fundamental.

 

A crise ainda não passou e a procura por vinhos que entreguem mais por menos é palavra de ordem.

Esqueçam as regiões famosas, o negócio é garimpar boas produções de procedências ainda sem prestígio consolidado. África do Sul, com seus Pinotage agradáveis e refrescantes Chenin Blanc, é uma boa aposta.

 

Neste cenário a informação faz toda a diferença, um pouco de pesquisa e análise das informações disponíveis valerá ouro (vale pedir orientação ao sommelier).

 

  1. Oferta de safras mais antigas.

Ao invés de investir muito em novas importações está na hora de comerciantes colocarem à venda aquele estoque antigo, principalmente de garrafas adquiridas a um dólar camarada. Ótima notícia para o consumidor que terá vinhos mais evoluídos à disposição. Mas cuidado, nem todo o vinho é de guarda.

 

  1. O consumidor aprendeu a gastar mais.

Quem comprava vinho por R$ 80, na alta passou a desembolsar R$ 100 e assim por diante. Esse é um caminho sem volta, quem desembolsou R$ 100 uma vez vai fazer de novo. Aprendemos que gastar um pouco mais não mata e um mercado de rótulos de maior qualidade poderá se beneficiar de um consumidor mais generoso

 

  1. Os bons comerciantes continuarão bons.

Quem sobreviveu 2016 teve que apertar o cinto, renegociar condições comerciais, reduzir a estrutura, diminuir os custos e margens. Em uma relação comercial saudável, o benefício desta composição mais leve pode (e deve) ser compartilhado. Isso quer dizer, preços menores e quantidades maiores, sem perda de qualidade. Ganhamos todos.

 

  1. Maus comerciantes continuarão maus

Continuarão em voga descontos do tipo “metade do dobro”, grandes rótulos a preço de grandes rótulos (mas de safras ruins, adquiridas no mercado internacional a menor preço), prêmios e pontos de críticos e concursos obscuros, remarcação de preços para manter as margens de lucro, etc., etc., etc.

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