7 previsões para 2020

Por 7 janeiro, 1019 1 Permalink

 

Nem bem começou, 2020 já promete bastante agito no mundo do vinho. Consultando a bola de cristal do blog, listamos abaixo 7 temas para não perder de vista neste ano.

1.  Guerra Comercial – Os Estados Unidos ameaçam aumentar as tarifas de produtos europeus em até 100%. O governo do Sr. Trump deixou claro que os vinhos franceses, em especial Champanhe, estão na mira. 

Se isso de fato ocorrer o consumo interno de vinhos americanos deve aquecer, inclusive aqueles produzidos na Virginia, onde o Sr. Trump tem uma vinícola, cujo carro chefe é… (adivinhe) espumante, lógico.

As exportações do Chile, Nova Zelândia e Argentina para os EUA devem crescer e se você for otimista pode até imaginar o Brasil entrando no mercado principalmente para vinhos brancos e espumantes.

No dia-a-dia isso quer dizer mais velho mundo nas gondolas brasileiras. E se você não abre mão de um malbec para acompanhar aquela carne na grelha, comece a pensar sobre Cahors ao invés de Mendoza.

 

 

2. O céu é o limite – Vinhos Italianos vêm ganhando espaço e fazendo muito barulho na mídia internacional. Os supertoscanos estão na moda de público e crítica e isso deve continuar. Em 2020 os preços devem confirmar esta escalada, puxando para cima também os brunellos e barolos.

 

 

3.Mais elegância  e leveza – O consumo de vinhos mais leves e elegantes, inclusive brancos, deve crescer em 2020. Em contraste, a exuberância dos alcoólicos e amadeirados parece cada vez mais datada. Nesta sintonia deve se sustentar a tendência dos vinhos orgânicos e mais naturais.

Em um primeiro momento foi a pegada ecológica e politicamente correta que chamou a atenção no movimento dos orgânicos e suas variações.

Agora, está claro que evitar químicos que possam afetar as características naturais e uma intervenção mínima e/ou parcimoniosa no processo de vinificação significa privilegiar a essência da fruta e do terroir. É essa pureza que se busca em 2020 nos vinhos mais leves e elegantes.

 

4. Novo Bordeaux Blend – Em julho de 2019 o Sindicato dos Produtores de Bordeaux aprovou o uso de 5 “novas” uvas tintas e 3 brancas para compor até, respectivamente, 10% do blend característico da região.

Logo, é possível que, em breve, os rótulos e fichas técnicas passem a indicar a presença das tintas Marselan, Touriga Nacional, Castets e Arinarnoa (cruzamento entre Tannat e Cabernet Sauvignon) ou das brancas Alvarinho, Petit Manseng e Liliorila.

Isso ainda precisa ser aprovado pela INAO, a autoridade agrícola francesa, mas muitos produtores já estão plantando e fazendo experiências com as “novas castas”. Também tem se percebe o aumento do percentual de carmenere nos bordaleses.

Na verdade, a questão é muito mais profunda do que o Bordeaux Blend, envolvendo aquecimento global e a demanda por uvas com maior resistência ao calor.

 

5. Precificação de Bordeaux – Por falar em Bordeaux, a sequência de grandes safras, a queda na demanda e abundância dos estoques deverá pressionar os preços para baixo. 

Com o mercado de Hong Kong em recessão, Londres sob a incerteza do Brexit e a guerra de tarifas imposta pelos EUA, os principais motores de preços de Bordeaux estão vulneráveis.

Já há rumores que a safra de 2019 foi excelente, mas quem se disporá a comprar diante das incríveis 2015, 2016 e 2018?

E isso, sem falar que ainda há disponível no mercado quantidade razoável das grandes safras de 2009 e 2010 e que já estão mais prontos para serem consumidos, ou 2011 e 2014 que foram bons anos lançados com preços mais razoáveis.

Talvez seja o típico exemplo do excesso de sorte como maldição. A boa notícia é que se espera pressão (para baixo) nos preços.

 

6. Aumento de qualidade na oferta – O consumidor brasileiro está cada vez mais consciente e informado. Isso equivale dizer que o nível de exigência e a demanda reclamam por vinhos de maior qualidade. Em 2020, espera-se ver cada vez mais cuidado na seleção e oferta no mercado nacional

 

 

 

7. Recordações de viagem – Já está em vigor o novo limite de isenção sobre compras feitas no free shop. Espera-se que a cota seja aumentada também para compras no exterior. Se tudo der certo, em 2020 poderemos trazer mais vinhos na mala para consumo pessoal, livres de tributos ou burocracia.

1 Comment
  • Marlene Dias
    janeiro 7, 2020

    EXELENTE

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